Apologética Adventista

Eduardo Marinho | 03:59:00 | 0 comentários


O Tijolo de Nabucodonosor

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O Tijolo de Nabucodonosor
Achado está no Museu Arqueológico do Unasp
por Rodrigo P. Silva

Participar de uma expedição arqueológica nas 
terras bíblicas é uma experiência extraordinária.
 As poucas oportunidades que tenho tido de atuar
 em escavações no Oriente Médio são para mim 
motivo de agradecimento e louvor a Deus, 
principalmente por poder testemunhar como a 
arqueologia tem confirmado a Bíblia Sagrada.
É claro que os achados jamais podem "provar" que
 Deus existe ou que jesus um dia voltará à Terra.
 Essas são doutrinas reveladas pelo Espírito Santo
 que demandam um exercício de fé. Contudo, a 
contribuição da arqueologia pode ser vista assim:
 se a história que a Bíblia apresenta é verdadeira 
como as escavações têm demonstrado, a teologia
 por trás dessa história também o será.
A experiência arqueológica que relatarei a seguir 
ocorreu ironicamente bem longe das terras bíblicas. 
Jamais poderia supor que, aqui mesmo no Brasil, 
seria reencontrado um artefato que confirma a 
narrativa das Escrituras: um legítimo tijolo babilônico,
 dos tempos de Daniel, que comprova a existência 
histórica do famoso rei Nabucodonosor.

História do achado - A forma como esse tijolo 
chegou até aqui é simplesmente fantástica e 
revela-nos a maravilha da providência divina. 
Tudo começou há mais ou menos vinte anos 
quando um projetista brasileiro foi enviado 
 Iraque para dar assessoria temporária a uma 
firma de construção civil. Era seu costume caminhar 
nas tardes de sábado pelas ruínas de Babilônia que 
ficam a céu aberto, não muito longe da capital, Bagdá.
 Entre os milhares de cacos de barro e pedras antigas
 que ainda jazem no lugar, um pedaço de tijolo lhe chamou 
a atenção. Ele continha estranhas letras que certamente
 representariam uma antiga inscrição. Um soldado iraquiano,
 que se tornara seu amigo, permitiu lhe trazer o tijolo como 
uma espécie de suvenir das terras iraquianas.
De volta ao Brasil, o projetista acabou desistindo 
de ficar com o objeto e, em 1988, o doou ao Pastor 
Paulo Barbosa de Oliveira, que o usaria para fins 
didáticos em aulas de Bíblia, nos colégios adventistas 
de Vitória, ES. Sempre que ia falar das profecias de
 Daniel, ele levava o tijolo e comentava sua procedência. 
Mas, nem de longe, poderia imaginar que aquela estranha
 inscrição revelaria um fantástico testemunho acerca das
 Escrituras.
Jubilado, o Pastor Paulo Barbosa de Oliveira resolveu
 mudar-se para as redondezas do UNASP - campus 
Engenheiro Coelho - SP, onde nos tornamos conhecidos. 
Nessa escola está o único museu de arqueologia bíblica
 do Brasil - o Museu Paulo Bork, que recebe visitas de
 vários lugares e já foi tema de reportagens em rádio,
 TV, jornais e revistas de circulação nacional. Foi 
conversando acerca do museu, que o Pastor Paulo 
revelou a posse do tijolo que me despertou muita 
curiosidade.
Ao vê-lo, percebi que a inscrição composta de três 
linhas era, na verdade, um cuneiforme neo-babilônico 
usado pelos caldeus, nos dias do profeta Daniel.
 Pedi ao pastor para levar o tijolo para casa, onde 
poderia estudá-lo melhor e tentar traduzir as antigas
 sentenças. Algum tempo depois, o que descobri parecia
 bom demais para ser verdade. O tijolo falava de 
Nabucodonosor!
Traduzindo a inscrição - Usando léxicos e gramáticas 
acadianos, entendi que a inscrição dizia: "(eu sou) 
Nabucodonosor, Rei de Babilônia. Provedor (do templo)
 de Ezagil e Ezida; filho primogênito de Nabopolassar': 
Antes, porém, de publicar o achado, era necessário 
confirmar a tradução com pessoas mais especializadas, 
como 0 Dr. Oseas Moura, que estudou acadiano na PUC
 do Rio de Janeiro, e outros assiriologistas de universidades
 européias e americanas que têm seu nome entre os mais
 renomados no estudo de inscrições cuneiformes. Todos 
confirmaram a tradução, corrigindo apenas um ou outro 
detalhe de transliteração dos caracteres originais.
Tínhamos, portanto, um objeto legítimo, dos dias do 
cativeiro babil8nico, que testemunhava a existência 
histórica de um rei descrito nas Escrituras. É claro 
que essa não é à única prova arqueológica da existência 
de Nabucodonosor. Conforme as escavações vêm revelando, 
era costume desse rei colocar uma espécie de "assinatura" 
em tudo o que construía. Paredes de palácios, templos e 
até muros da antiga Babilônia estão repletos de inscrições 
com o seu nome. Esse tijolo, portanto, faz parte de 
um importante conjunto de evidências que silencia mais
 uma vez os que negam a veracidade da Palavra de Deus.
Nabucodonosor e a Arqueologia - A existência histórica 
de Nabucodonosor e da própria Babilônia era um fato 
questionado pelos críticos até por volta de 1806, quando 
Claudius James Rich confirmou, através de um extenso
 relatório científico, que as ruínas encontradas na colina
 de Babil eram, na verdade, a antiga cidade de Babilônia.
O problema é que até essa época ninguém sabia nada 
sobre a cidade fora do relato bíblico e de historiadores 
da antiguidade, cuja precisão era seriamente questionada. 
A grande metrópole parecia ter sido engolida pelo deserto. 
Pesquisadores europeus que chegavam a Bagdá viam apenas 
as colinas empoeiradas de Babil e não podiam supor que ali 
estavam os escombros da antiga Babilônia. Pegavam tijolos
 com estranhas inscrições e levavam para casa como meras
 curiosidades.
Por isso, não faltou quem apregoasse que o livro de 
Daniel jamais poderia representar uma história real.
 Mas as escavações que se seguiram à exploração de Rich,
 começaram a mostrar que os céticos é que estavam errados.
Por esse tempo, desenvolveu-se também na arqueologia
 um intenso estudo para descobrir o que estava escrito 
naqueles tabletes que se acumulavam aos montes, em 
todo o território. A decifracão dos cuneiformes babilônicos 
encontrados no Iraque foi, assim, o segundo grande feito
 arqueológico do século XIX. Nieburh, Grotefend e Rawlinson 
foram os principais pioneiros nessa área e até hoje não
 há dúvida sobre a fidelidade da maioria dos textos traduzidos.
Em 1899, Robert Koldewey estava escavando as ruína's em 
Babil quando encontrou centenas de tijolos de paredes, 
muros e do próprio Templo de Ezagil que traziam o nome 
do Rei Nabucodonosor como mandatário daquelas grandes
 construções. Nosso tijolo é, certamente, parte desse
 grupo de blocos que anunciavam a existência do rei e 
uma peculiaridade de seu caráter também revelada em
 Daniel 4:30. De maneira arrogante ele diz: "Não é esta 
a grande Babilônia que eu edifiquei... para glória da minha 
majestade?" Pouco tempo depois, chegalhe a sentença celestial,
 condenandoo por sua soberba.
Felizmente, após os sete anos de loucura, ele reconheceu 
a soberania de Deus e se tornou testemunha de sua justiça
 (Dan. 4:34-37). Como disse Ellen White: "O rei sobre o 
trono de Babilônia se tornou uma testemunha para Deus, 
dando seu testemunho, claro e eloqüente, de um coração 
agradecido que havia participado da misericórdia e graça, 
justiça e paz, da natureza divina" 
(Youth's Instructor, dez. 13, 1904).
Hoje o tijolo babilônico pode ser visitado no museu 
arqueológico do UNASP - Campus Engenheiro Coelho 
- SP, onde ficará exposto por tempo indeterminado.
Por muitos anos, alguns eruditos desacreditaram a Bíblia
 pelo simples fato de o nome Nabucodonosor não constar 
em nenhuma ruína conhecida. Isso os fazia orgulhosos de
 sua incredulidade e, também hoje, há muitos que seguem 
o mesmo caminho. Mas bastou um caco de tijolo para 
mostrar que eles estavam errados. Não seria essa uma
 curiosa maneira de Deus ironizar a sabedoria humana 
quando esta nega a Bíblia Sagrada?
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Rodrigo P. Silva é professor de Arqueologia e
Filosofia no Unasp - Campus 2,
Engenheiro Coelho, SP.

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             Inscrição em Tijolo faz referência ao nome de
              Nabucodonosor; Foi encontrada nas ruínas da
              antiga Babilônia. Datada entre 604 e 561 a.C.
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